Se podes ver, olha.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
OLHAR O PRESENTE
VOCÊ ME OLHOU DEPRESSA DEMAIS
domingo, 11 de setembro de 2011
Uma pedido a Nossa Senhora de Nazaré
Mãezinha vem pra cá!
Vem mãezinha, me abraçar.
O mês de outubro chegou...
Quero sentir teu amor,
Quero sentir teu calor.
Vem afagar minha dor.
Vem me trazer teu amor.
Mãezinha vem pra cá!
Vem a cidade alegrar,
Vem os corações iluminar,
Vem a minha casa visitar,
Vem com meu povo caminhar.
Belém já está a te esperar.
A maniçoba está a cheirar,
O santuário vai iluminar,
Os padres vão se preparar
E eu vou estar a rezar.
Tua chegada vai encantar
Vem mãezinha, vem pra cá!
Rosita Ribeiro 11/09/011
domingo, 31 de julho de 2011
PORTA ERRADA
Pela imaginação tive teu amor,
Beijei teus lábios, senti teu calor.
Te envolvi em abraços, firmei forte laço,
Inventei palavras, senti emoções,
Revelei meus segredos, cantei canções.
Sento na calçada...
Reflito...
Estou na porta errada!
Completamente desamparada
Devo fugir apressada!
Desviarei teu olhar
Evitarei teu caminhar
Preciso desencantar!
Romperei os laços
Darei novos passos
Desistirei de teus abraços
Teu amor me dá cansaço!
Rosita Ribeiro – 02/02/09
domingo, 1 de maio de 2011
MEU NIVER E O OLHAR DE MINHA FILHA - 02/05/08
MOMENTOS TÃO ENORMES DE NÓS DUAS
Com o título já sendo de nosso conhecimento, me sinto á vontade de falar de nós, e de você, minha mãe.
Foi no dia 02 de maio de 1960 que nasceu uma flor. Ao desabrochar, aquele botão então, recebeu o nome de Rosita, já sabendo que se tratava de uma rosa clareando e perfumando o mundo, porém pequena.
Desde menina, perfeccionista, escrava da organização e limpeza, e desde sempre, cutucando as unhas em cada tempinho que encontrava de sobra. Assim diz vovó. E inclusive, que a senhora fugia do vovô, junto com o resto da sua quadrilha, formada por 7 irmãos, digamos, não muito normais.
25 anos depois, resolve dar á luz á uma criança. E com o nome de Marcela, nasce a primeira filha. E depois de 5 anos, nasce outra filha para a perturbação da família. Dizem as más línguas, ou seja, língua da Marcela, que fui achada na lata do lixo e adotada por você, que teve no momento pena de mim, para o meu choro e desespero. Mas eu já estou grandinha mamãe, não acreditarei mais nisso.
Bom, depois do ano de 90, tudo realmente mudou... Acho até, que a senhora não teve mais nenhum filho por eu ser exatamente até hoje, o trabalho de 5 crianças juntas. Mas a verdade é que eu me divirto muito sendo sua filha, e a senhora, se diverte o triplo sendo minha mãe. Inclusive, se acha no direito de escolher sua profissão a cada época que passa na minha vida. Como quando eu tinha meus 5 anos, e penava acreditando que possuía em casa, uma cabeleireira e acreditando ainda, que estava linda, ao sair na rua com a cabeça pesada de tantos penteados e brochinhos. Aquilo mamãe, pesava e doía.
Já na fase dos 10, acreditava ser uma decoradora famosa, fazendo meus aniversários com tudo de acordo com o tema, e transformando a casa da vovó num verdadeiro castelo, seja da Barbie, ou da Bruxa.
Nos 15, ela entrou para o time de seguranças, me proibindo de sair para qualquer festinha que houvesse na cidade.
Bem... Hoje já não sei. Talvez tudo junto... Mas agora, eu já possuo um pouquinho de voz para dizer “mãe, não adianta, não vou com esse troço no cabelo” enquanto ela faz uma voz melosa e continua “Isso ta lindo menina, deixa de ser lesa...”. Ahã sei. Tão lindo quanto naquele tempo né?
Hoje, tudo o que eu sei, é graças à ela. Principalmente aquela parte de que dinheiro não dá em árvore. Ela faz questão de me lembrar a todo instante. È mesmo impressionante. Quando ela está com raiva, consegue alcançar notas sonoras, que deixariam Montserrat Caballé com inveja, sendo capaz de acordar uma vizinhança inteira se preciso. Tudo isso, para que eu arrume a minha cama, ou para que a marcela tire os cabelos do banheiro. Os cabelos que ela mais tem nojo na face da terra, como se os dela, não caíssem também. Ah, sem esquecer, da água dos passarinhos, ah essa água... Ah esses passarinhos... Já foram o motivo de muitas guerras dentro desta residência. De vez em quando, ainda paro pra assistir, ou eles lutando para quem consegue beber mais aquela aguinha doce, ou pensando que estão no “ídolos”, esperando que eu perceba e julgue quem canta melhor. Mas, obrigada, recuso este trabalho. Mesmo que mamãe, não sirva para eles, acreditando ela, ser uma espécie de “Doutor dolittle”, e ter naquele momento, o dom de falar com os animais. Ela afirma sempre, que conversa muito com eles. E vamos combinar heim, que conversa que eles devem possuir diariamente.
Nossos momentos foram ficando cada dia maiores, e passamos mesmo a ter uns momentos de fortes emoções, eu e a mamãe. Como no dia dos meus 15 anos, onde nos “parabéns”, ela se encontrava chorando, na valsa, ela também só chorava, na hora da discoteca, ela chorava e dançava junto, e na volta pra casa, ela também chorava. Acredito que naquele dia, ela tenha visto a minha festa inteira embaçada, de tantas lágrimas.
Nas nossas viagens, a senhora sempre segurava a barra
No Hopi Hari, a mesma história, ficou em casa esperando em contagem regressiva a nossa volta. Pois a verdade é que a senhora não agüenta ficar nesta casa sem os nossos “Marcela onde tu enfiaste a minha blusa?” ou “Mariana vai tirar aquilo da minha cama agora!!”
Mas, a gente passa momentos de briga também. Outro dia mesmo, quando sumiu sua pulseira vermelha nova, e até hoje a senhora, quando sente falta, grita pelo nome “Mariana” jurando que eu tenho alguma coisa a ver com isso. E olha que sempre achei aquela pulseira horrível. Mas é assim mesmo. Só tem esses 48 anos na cara, se querem saber, ela é presa ao corpo de uma jovem de 15, brigando e discutindo por pulseiras, cordões, brincos, bolsas e sapatos. É mesmo de impressionar. E acreditem, é cheia de manias. Só senta na mesa se for na cabeceira, só sai combinando, só dorme de rede, é viciada em filmes, mesmo sabendo, que seus olhos se fecham quando ela está com o controle nas mãos e o dedo em cima do botão “play”, antes mesmo de pressionar.
Na minha infância, acredito que a maior lembrança seja de quando tínhamos o Lupy. Aquele cãozinho brincalhão, que dizendo a senhora era Hiperativo. Não existe como não se lembrar dele. Fazia de tudo. Inclusive quebrar impressoras e pés. E enquanto a senhora afirmava estar tendo o seu momento de burrice ao adquirir aquele cachorro, era quando nascia outro coração dentro de mim. Ele era mesmo meu amigo. Se tem algo que eu não perdôo a senhora é por ter se desfeito dele, posso compreender, porém, não perdôo. E a partir daí, esse trauma me deixou seqüelas, quando hoje, me vem na cabeça algumas loucuras que acabam perturbando a senhora comigo dizendo “Eu quero um coelho”. É quando sinto de verdade, falta dele.
A senhora sempre fala, que quando morrer virará um pássaro. Será o dia, em que eu começarei a gostar de pássaros. Porque até então, eles não me agradam nenhum pouco. Muito pelo contrário, me perturbam aqui nessa sacada. Vindo beber água nessas coisinhas que a senhora pendura, e gritando desde quando chegam, até irem embora com a pança já cheia de água. Se fosse possível atirar um passarinho da sacada, eu já teria cometido este crime.
Nós somos assim mesmo, duas moças boas, de gênios diferentes. Enquanto ela passa meia hora gritando porque eu não arrumo a minha cama, eu uso 2 segundos para dizer um “ta” e mais 2 segundos para arrumá-la, e pronto! O problema já foi solucionado. Mas por incrível que pareça, ela continua a berrar por causa da minha bagunça.
Confesso á vocês, que ás vezes ela me surpreende, me fazendo perceber, que ela pode ser mais jovem do que eu em certos momentos. Quando estou me vestindo para sair e logo escuto um “essa roupa não ta combinando!”. Sabe, dá uma certa vergonha de levar pito de uma pessoa que não deveria entender de moda, ou melhor, poderia entender da moda da sua época, que certamente já passou. Mas eu já estou me acostumando em possuir dentro de casa, além da Marcela, uma outra irmã chamada Rosita. E fica difícil às vezes identificar qual das duas está gritando “Mariaana cadê o lápis de ooolho?”. Sendo que quase sempre, é a irmã mais velha. A que completa hoje 48 anos.
Já contei pra vocês que agora ela está prometendo fazer umas caminhadas? De verdade, eu to pra acender uma vela do meu tamanho
Mas, essa é a Rosita que todos conhecem, a simpática, brincalhona, brigona nas horas que precisa e amada por muitos.
Rosita, a minha mamãe, a minha criança que me rendeu os melhores momentos de minha vida. Sendo eles engraçados ou tristes, assustadores ou ternos, confusos ou tranqüilos, encaramos todos. E quando nada mais parece ter uma razão de ser, eu lembro da carinha triste (que ela mesma faz sem estar sentindo nada) e deitada na rede gritando “Méuriii, eu queria um copo de água, tu podes pegar pra mim?”. Nesses momentos que ela faz de mim de uma escrava, a raiva me consome, mas a carinha da Rosita acaba me vencendo, e eu sempre pego.
Aguarde um minuto mamãe, já pegarei, e permanecerei ao seu lado para sempre e em todos os momentos.
Beijos da tua bonequinha,
Mariana